AMADO DA MINH'ALMA

SEJAM TODOS BEM-VINDOS
EM NOME DO SENHOR JESUS
E QUE A PAZ ESTEJAM COM TODOS!
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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Os três conselhos



Um casal de jovens recém-casados, era muito pobre e vivia de


favores num sitio do interior.


Um dia o marido fez a seguinte proposta a esposa: -


Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e


trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e


confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você


me espere e, enquanto estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você.


Assim sendo o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que


encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua


fazenda.


O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi


aceito.


Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi


aceito.


O pacto seria o seguinte: - Me deixe trabalhar pelo tempo


que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o Senhor me dispensa das minhas


obrigações. Eu não quero receber o meu salário. Peço que o Senhor o coloque na


poupança, até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair o Senhor me dá


o dinheiro e eu sigo o meu caminho.


Tudo combinado.


Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem


descanso.


Depois de vinte anos chegou para o patrão e disse: - Patrão,


eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.


O patrão então lhe respondeu: - Tudo bem, afinal, fizemos um


pacto e vou cumpri-lo, só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu


lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três conselhos e


não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe


dou os conselhos e se eu lhe der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro. Vá


para o seu quarto, pense e depois me de a resposta.


Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe:


- Quero os três conselhos.


O patrão novamente frisou: - Se lhe der os conselhos, não


lhe dou o dinheiro.


E o empregado respondeu:- Quero os conselhos.
O patrão então lhe falou: 01) Nunca tome atalhos em sua


vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida; 02) Nunca


seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade pro mal pode ser mortal;


03) Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se


arrepender e ser tarde demais.


Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não


era tão jovem assim:- Aqui você tem três pães, dois para você comer durante a


viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar a sua casa.


O homem então, seguiu seu caminho de volta, depois de vinte


anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.


Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o


cumprimentou e lhe perguntou: - Pra onde você vai?


Ele respondeu: - Vou para um lugar muito distante que fica a


mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.


O andarilho disse-lhe então: - Rapaz, este caminho é muito


longo, eu conheço um atalho que “é dez” e você chega em poucos dias.


O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando


lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal.


Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.


Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou


uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se.


Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.


De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor.


Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até


o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo


conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.


Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe


perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que tinha ouvido. O


hospedeiro disse: E você não ficou curioso? ele disse que não. No que o


hospedeiro respondeu: - Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu


filho tem crises de loucura; grita durante a noite e quando o hospede sai,


mata-o e enterra-o no quintal.                                                                                                                         
O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar


a sua casa.


Depois de muitos dias e noites de caminhada… Já ao


entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu


entre os arbustos a silhueta de sua esposa.


Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só.


Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as pernas, um homem a quem estava


acariciando os cabelos.


Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e


amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade.


Respirou fundo, apressou os passos, quando lembrou-se do


terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali


mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.


Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse: - Não vou


matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que


ele me aceite de volta.


Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre fui


fiel a ela.


Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abre a


porta e o reconhece, se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente.


Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então com lágrimas


nos olhos, lhe diz: - Eu fui fiel a você e você me traiu. . .


Ela espantada lhe responde: - Como? Eu nunca te trai,


esperei durante esses vinte anos.


Ele então lhe perguntou:- E aquele homem que você estava


acariciando ontem ao entardecer?


E ela lhe disse: - Aquele homem é nosso filho. - Quando você


foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade.


Então o marido entrou, conheceu, abraçou seu filho e


contou-lhes toda a sua historia, enquanto a esposa preparava o café.


Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão. Após a


oração de agradecimento, com lagrimas de emoção, ele parte o pão e ao abri-lo,


encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação.  


Muitas vezes achamos que o atalho “queima etapas”


e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade…


Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que


nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará…


Outras vezes, agimos por impulso sem refletir sobre nossos


atos e suas conseqüências e fatalmente nos arrependemos depois…

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